TIP: saiba os ingredientes por trás dos maiores ganhos de desempenho do gado

TIP: saiba os ingredientes por trás dos maiores ganhos de desempenho do gado

A Terminação Intensiva em Pasto (TIP) revolucionou a pecuária brasileira. Anualmente, são terminadas cerca de 5 milhões de cabeças usando essa técnica. Assista ao vídeo abaixo e confira a entrevista completa.

Para entender melhor o que garante os maiores ganhos de desempenho nesse sistema, o Giro do Boi conversou com Walter Patrizi, médico-veterinário, mestre em nutrição de ruminantes e gerente de confinamento da dsm-firmenich para a América Latina.

Patrizi destaca que a chave para o sucesso da TIP está numa ração bem equilibrada com ingredientes essenciais, entre eles:

  • Fontes energéticas (principalmente milho moído ou milho úmido);
  • Proteínas (farelos e subprodutos proteicos);
  • Minerais de alta qualidade;
  • Aditivos específicos para melhor conversão alimentar.

Segundo o especialista, a grande vantagem da TIP é permitir alta eficiência produtiva com menor custo de infraestrutura em comparação ao confinamento tradicional.

“Na TIP, ao invés de levar o boi até o cocho, levamos o cocho até o boi. Isso traz uma redução expressiva nos custos, especialmente em infraestrutura, além de simplificar o manejo”, explicou Patrizi.

TIP x Confinamento e Semiconfinamento

Bovinos em engorda na terminação intensiva a pasto (TIP). Foto: Reprodução
Bovinos em engorda na terminação intensiva a pasto (TIP). Foto: Reprodução

Walter esclarece que TIP não é igual a semiconfinamento ou confinamento expresso. A TIP acontece quando a suplementação ultrapassa 1,5% do peso vivo do animal.

Já o semiconfinamento utiliza suplementação abaixo dessa faixa. A TIP permite ganhos semelhantes ao confinamento tradicional, porém com menor custo devido à redução de gastos com produção e manejo de volumosos, como silagem.

Estratégia complementar o ano inteiro

Bovinos em engorda na terminação intensiva a pasto (TIP). Foto: Reprodução
Bovinos em engorda na terminação intensiva a pasto (TIP). Foto: Reprodução

Patrizi recomenda integrar a TIP ao planejamento estratégico das propriedades pecuárias durante todo o ano.

Originalmente criada para o período seco, a TIP tem mostrado melhores resultados econômicos em épocas de transição (águas-seca e seca-águas), quando o custo-benefício é mais favorável.

“É uma excelente alternativa para diluir riscos financeiros e garantir fornecimento regular ao mercado, algo muito valorizado pelos frigoríficos”, complementou.

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Pastejo fixo ou rotacionado na TIP?

Bovinos em engorda na terminação intensiva a pasto (TIP). Foto: Reprodução
Bovinos em engorda na terminação intensiva a pasto (TIP). Foto: Reprodução

Inicialmente a TIP era adotada em pastejo fixo, mas Patrizi esclarece que o pastejo rotacionado traz benefícios adicionais significativos, especialmente por garantir uma melhor oferta de pasto de qualidade, elevando ainda mais a eficiência alimentar e o desempenho econômico do sistema.

Quando questionado sobre o que não pode faltar no cocho, Patrizi foi direto:

“Precisamos garantir energia, proteína, minerais e aditivos adequados. Não existe uma receita única, tudo depende da região e dos preços disponíveis.”

O milho, por exemplo, deve ser preferencialmente utilizado na forma de quirera ou milho úmido, pois aumenta a digestibilidade, reduzindo perdas nutricionais de forma significativa.

TIP também gera gado de carne premium

Bovinos em engorda na terminação intensiva a pasto (TIP). Foto: Reprodução
Bovinos em engorda na terminação intensiva a pasto (TIP). Foto: Reprodução

A técnica não está restrita apenas a gado comercial. O especialista citou que novilhas Angus terminadas em TIP já alcançaram altos padrões de qualidade, inclusive atendendo ao rigoroso Protocolo 1953 da Friboi.

Isso comprova que a TIP pode ser uma excelente estratégia também para produção de carnes premium.

Uma estratégia cada vez mais utilizada

Por fim, Patrizi destacou que a TIP não é uma moda passageira, mas sim uma tecnologia consolidada.

“A pecuária brasileira hoje domina essa técnica, que além de sustentável economicamente, é adaptável às diversas regiões produtivas do País”, concluiu.

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