A pecuária brasileira tem no Nelore a sua principal força motriz, e essa trajetória de evolução foi destacada no programa Giro do Boi, em entrevista com o pecuarista e selecionador Victor Miranda. Assista ao vídeo abaixo e confira essa incrível entrevista.
Miranda é um dos titulares do Nelore Heringer, do Espírito Santo, e atual presidente da Associação de Criadores de Nelore do Brasil (ACNB). Ele reforçou a importância da raça para o crescimento da produção bovina e sua liderança global.
Nos últimos 10 anos, o peso médio dos animais abatidos aumentou em 45 kg, o que equivale a três arrobas a mais por cabeça.
Paralelamente, a idade média dos bovinos ao abate caiu significativamente, com a proporção de animais com mais de seis dentes reduzida de 40% para apenas 13%. Esse avanço é reflexo do aprimoramento genético e do manejo sustentável praticado pelos neloristas brasileiros.
O papel do Nelore na liderança global
A raça Nelore consolidou-se como a base da pecuária de corte nacional, responsável pelo avanço da produtividade e qualidade da carne brasileira.
“Impossível falar de produção de proteína vermelha sem citar o Nelore. Ele se adaptou a todas as regiões do País e tem sido a base até mesmo para os cruzamentos industriais”, ressaltou Miranda.
O Brasil já é o maior exportador mundial de carne bovina, e a projeção da Datagro aponta que, até 2027, o país deve ultrapassar os Estados Unidos também na produção, tornando-se o maior produtor global.
“É um momento de comemoração para o pecuarista brasileiro. A qualidade da nossa carne, a eficiência da produção e o compromisso com a sustentabilidade nos colocam em posição de destaque no cenário internacional”, afirmou o presidente da ACNB.
Circuito Nelore de Qualidade impulsiona evolução
O Circuito Nelore de Qualidade, organizado pela ACNB, tem sido um dos principais responsáveis por incentivar a evolução da raça e da pecuária nacional.
Em 2024, o circuito bateu recordes de participação e volume de abates, ultrapassando 5.100 cabeças em um único evento.
“Os pecuaristas participam do circuito para testar e melhorar seu rebanho. O objetivo é sempre aprimorar genética, nutrição e manejo para entregar carne de excelência”, destacou Miranda.
O circuito também se tornou uma vitrine da pecuária sustentável. O gado abatido dentro do programa apresenta uma taxa crescente de marmoreio e acabamento de carcaça adequados às exigências do mercado.
O sucesso desse modelo tem atraído cada vez mais participantes e até mesmo criadores de outros países do Mercosul, como Bolívia e Paraguai.
O compromisso da ACNB com os neloristas
Comemorando 70 anos de atuação, a ACNB reforça seu compromisso com os criadores e com a valorização da raça Nelore.
“Estamos fortalecendo as regionais e promovendo eventos técnicos e educativos. Queremos que cada nelorista tenha acesso a conhecimento e ferramentas para aprimorar seu rebanho”, explicou Miranda.
Além disso, a entidade tem trabalhado para aumentar as parcerias com centrais de inseminação e outras instituições do setor.
“Precisamos expandir nosso alcance e garantir que o melhor da genética Nelore continue impulsionando a pecuária brasileira”, acrescentou.
Sustentabilidade e reconhecimento global
Outro destaque da entrevista foi a abordagem sobre a sustentabilidade da pecuária brasileira. Miranda criticou a visão equivocada que alguns mercados internacionais ainda têm sobre a produção nacional e reforçou a importância da comunicação.
“O Brasil mantém quase 70% de sua vegetação nativa preservada, e grande parte desse cuidado é responsabilidade dos pecuaristas. Criamos gado no meio da floresta sem degradá-la, garantindo um equilíbrio único entre produção e conservação”, pontuou.
O Nelore, por sua rusticidade e adaptação ao clima tropical, permite uma pecuária eficiente e de baixo impacto ambiental.
“Nós produzimos alimento para o Brasil e para o mundo de forma sustentável, e essa é uma história que precisa ser contada com mais força”, concluiu o presidente da ACNB.
O futuro da raça Nelore no Brasil e no mundo
O compromisso dos neloristas é continuar elevando o padrão da produção bovina. Com avanços tecnológicos em nutrição, manejo e genética, a pecuária brasileira caminha para ser referência mundial em qualidade e sustentabilidade.
“O trabalho do pecuarista não tem folga. É sol a sol, de segunda a segunda, garantindo que o Brasil continue a ser o grande celeiro de proteína animal do mundo”, finalizou Miranda.
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