Girolando com ferida que não cicatriza? Especialista explica as possíveis causas

Girolando com ferida que não cicatriza? Especialista explica as possíveis causas

No quadro “Giro do Boi Responde”, desta quarta-feira (26), o médico-veterinário e consultor Guilherme Vieira analisou o caso enviado por Bruno Santos, de Porto Nacional (TO), que enfrenta um problema persistente com uma de suas vacas Girolando. Assista ao vídeo abaixo e confira as recomendações completas.

O animal apresenta uma ferida próxima à boca que não cicatriza, mesmo após a aplicação de antibióticos e cicatrizantes. O pecuarista relata que, em vez de melhorar, a lesão só aumenta, e pediu auxílio para encontrar uma solução.

Após avaliação do caso junto a outros especialistas, Vieira aponta três principais possibilidades para o problema:

1⃣ Tumor na mandíbula – Uma neoplasia pode estar impedindo a cicatrização.
2⃣ Fratura com fístula – Caso um osso quebrado tenha desenvolvido uma fístula, a infecção pode estar agravando a ferida.
3⃣ Actinomicose – Doença bacteriana crônica que afeta bovinos, frequentemente confundida com tumores.

Com base na análise da imagem enviada, a suspeita mais forte é de que o caso seja actinomicose, uma infecção causada pela bactéria Actinomyces bovis, que atinge principalmente a região da mandíbula dos bovinos, provocando osteomielite e inflamação granulomatosa.

Como a actinomicose se desenvolve?

A bactéria responsável pela doença é comum no trato digestivo dos bovinos, mas se torna um problema quando encontra uma porta de entrada no organismo, como:

✔ Ferimentos na boca ou gengiva
✔ Lesões causadas pela mastigação de alimentos secos, fenos ou palhadas
✔ Troca dentária mal sucedida

Ao penetrar no tecido ósseo, a bactéria desencadeia uma inflamação severa, formando uma lesão crônica que, com o tempo, pode levar à destruição do osso mandibular.

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Sintomas e diagnóstico na vaca Girolando

Os sinais clínicos da doença incluem:

🔹 Ferida persistente na boca ou mandíbula
🔹 Secreção purulenta com presença de grânulos
🔹 Dificuldade para se alimentar e perda de peso
🔹 Formação de tumores ou abscessos na mandíbula
🔹 Possível comprometimento ósseo severo

O diagnóstico definitivo é feito por um veterinário, que pode solicitar análises laboratoriais para diferenciar a actinomicose de tumores ósseos ou outras infecções.

Tratamento e desafios da doença em bovinos

Segundo Vieira, não há vacina contra actinomicose, tornando o diagnóstico precoce e o tratamento imediato essenciais para evitar a evolução da doença. O tratamento pode incluir:

🔸 Uso de antibióticos potentes, como estreptomicina e penicilina em altas doses
🔸 Desbridamento cirúrgico da ferida para remover tecido comprometido
🔸 Análise do comprometimento ósseo – se houver destruição avançada, o prognóstico pode ser ruim

Nos casos mais graves, onde a infecção já comprometeu significativamente o osso da mandíbula, o animal pode evoluir para a morte.

Prevenção e recomendações para o gado da fazenda

Para evitar que outros bovinos sejam afetados, Vieira orienta que os pecuaristas adotem medidas preventivas, como:

✔ Monitoramento frequente dos animais para identificar feridas na boca precocemente
✔ Fornecimento de alimento de qualidade, evitando palhadas muito rígidas que possam causar lesões
✔ Consulta imediata a um médico-veterinário caso surjam ferimentos persistentes na boca ou mandíbula

O especialista finaliza reforçando que, diante de lesões na região mandibular, nunca se deve descartar a actinomicose como diagnóstico, pois a doença pode comprometer gravemente a saúde e o desempenho dos bovinos.

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